As milhares de toneladas de lixo, maioritariamente plásticos que correm das valas e ribeiras de Luanda para o mar, que se acumulam depois ao longo da costa, vão começar a ser recolhidas pela ELISAL com recurso a embarcações especialmente preparadas para esse trabalho.
A Empresa de Saneamento e Limpeza de Luanda (ELISAL) já adquiriu 10 embarcações de limpeza para os resíduos sólidos que se encontram em abundância nos mares da capital e são um dos grandes problemas da poluição marítima gerada pelo uso descontrolado de plásticos no país.
A empresa garante que entre os meses de Dezembro próximo e Janeiro de 2024 chegam ao País quatro dos 10 barcos já comprados, mas não aceitou revelar quanto custaram estas embarcações.
A empresa responsável pela recolha do lixo em sete municípios da província de Luanda, com excepção dos municípios de Viana e Belas, garantiu à imprensa que já começou a colocar, em várias praias de Luanda, barreiras ecológicas para impedir que o lixo chegue aos mares e possa ser mais facilmente recolhido.
Estes dados foram passados à imprensa pelo director de gabinete de comunicação institucional e imprensa da ELISA, Nelson Campos, que assegurou que a empresa, para além de limpar as praias, vai agora limpar os resíduos dos mares.
“Vamos começar agora a limpar os próprios mares, ao invés de limparmos só as praias”, disse o director de comunicação da ELISAL, assegurando que a empresa, que recolhe o lixo na cidade de Luanda, já tem criadas as condições para o efeito.
Nelson Campos afirmou que vários funcionários da ELISAL já se encontram em face de treinamento para operar estas máquinas.
Ao Novo Jornal este responsável pela comunicação afirmou que o iniciou para a limpeza dos mares está apenas a depender da chegada ao País das embarcações.
Segundo Nelson Campos, numa primeira fase vão chegar ao País, ainda este ano, ou o mais tardar em Janeiro do próximo ano, quatro dos 10 barcos de limpeza dos mares, que darão suporte aos técnicos.
Este responsável adiantou que a ELISAL já está acolocar barreiras ecológicas em várias praias e zonas da costa de Luanda para impedir com que o lixo, proveniente das valas de drenagens, ribeiras e esgotos, chegue ao mar alto e possa ser recolhido.
“A maioria dos lixos que chegam aos mares são provenientes das valas de drenagens, particularmente em tempo chuvoso, e deixam os mares completamente sujos”, explicou.
Conforme Nelson Campos, na zona da Praia da Mabunda, na Samba, a ELISAL vai instalar de forma experimental, já nos próximos dias, uma barreira ecológica para evitar que as grandes quantidades de lixo, produzidos diariamente naquele espaço, e não só, cheguem aos mares.
Quanto aos custos destes serviços, Nelson Campos afirmou que serão suportados pelo Estado, que tem desenvolvido acções de protecção do ambiente e da vida marítima.
Entretanto, em Angola ainda não se fazem tratamentos adequados para as águas residuais e os resíduos urbanos, o que faz com que toneladas de restos de alimentos, fibras de papel e plásticos acabem nos mares, acumulando-se às toneladas, particularmente nas zonas costeiras, pondo em perigo o ambiente marítimo em todas as suas dimensões.
Uma das formas mais eficazes de reduzir o impacto dos poluentes mais persistentes, que são, de longe, os plásticos, sendo o maior contribuinte para este problema os sacos de plástico de uso único, vulgarmente usados nos diversos marcados para embrulhos de produtos ou para levar as compras, é impor a sua redução através de instrumentos legislativos, como est”já a ser feito em muitos países do mundo, incluindo em África…
E como deverá começar a ser feito em Luanda se se vier a cumprir a decisão do Governo Provincial de Luanda (GPL) que já tornou público que pretende acabar rapidamente com o uso de sacos de plástico com propósito de reforçar as acções de preservação e protecção do ambiente, sabendo-se o seu devastador impacto no meio ambiente, especialmente na vida marinha e nos rios.
O GPL assegura que esta decisão faz parte de um conjunto de medidas abordadas na IX sessão ordinária do Governo Provincial de Luanda para debater temas de impacto social.
Segundo o GPL, o que se pretende é dar aos cidadãos um ambiente mais saudável e com menos impacto negativo no ecossistema marinho e quer contar com o apoio e colaboração de todos os cidadãos.
A directora provincial do ambiente e gestão de resíduos e serviços comunitário do GPL, Vânia Vaz, disse à imprensa que o projecto está no final para a sua implementação.
“Foi constituída uma comissão que irá trabalhar nos próximos dias, para a retirada gradual destes plásticos. Enquanto Governo está temática é preocupante visto que mais de sete bilhões de toneladas de resíduos no mundo vão parar ao mar, comprometendo o ecossistema marinho e não só”, disse na ocasião.
Apesar de o mundo estar em acelerado combate a esta “peste” nos oceanos e rios, o GPL acredita que mais vale tarde do que nunca.
Fonte: NJ