Há já alguns anos que a dívida pública angolana tem vindo a criar constrangimentos nas despesas públicas, razão pela qual, os economistas mostram-se preocupados com a sua sustentabilidade.
A capacidade do Estado angolano em honrar com os seus compromissos financeiros tem dominado as conversas em diversos círculos da vida pública.
O economista Afonso Malaka defende, por isso, a melhoria da qualidade da despesa e da gestão das finanças públicas.
“… tem soluções económicas. A maior delas é trabalharmos constantemente no processo de diversificação da nossa economia em que o próprio Estado vai encontrar outras fontes de arrecadação de receitas e melhorar efectivamente a gestão”, disse.
O académico disse ser fundamental que a gestão das finanças públicas seja executada como um ente de responsabilidade, porque “só com uma gestão eficaz se consegue alocar receitas”.
Por sua vez, o economista Daniel Sapateiro entende que é necessário destinar a despesa pública aos sectores produtivos, de modo a que se dependa cada vez menos de financiamentos, quer internos como externo, porque “estes têm consequências diferentes”.
“Os internos enxugam os dinheiros que os bancos têm para a compra dessa dívida, e os externos, obviamente têm taxas variáveis, geralmente em moedas estrangeiras e tendo em conta que nós temos uma tendência de desvalorização do Kwanza, cada vez ficam mais caros esses financiamentos”, afirmou.
E Lopos Santos, também economista, entende que o sector agrícola deve ser prioridade do governo angolano.
“Nós precisamos seriamente olhar para a agricultura, porque ela tem um impacto imediato. Há projectos que são de longo prazo e estratégicos. Industrializar o país não é do dia para a noite, diversificar a economia não é do dia para a noite, mas se nós olharmos para o sector agrícola com seriedade, que tem potencial para empregar uma grande quantidade de pessoas que vão começar a pagar impostos e fortalecer a receita fiscal e que vai nos ajudar também a reduzir a pressão da importação de divisas dos bens alimentares, este tem capacidade imediata”, disse.
O economista afirmou ainda que o endividamento público deve ser feito para potenciar a economia do país, sobretudo quando se consegue pagar a dívida.
Fonte: CK