Confusão se iniciou enquanto o primeiro-ministro Albin Kurti falava sobre medidas do governo para diminuir as tensões com os sérvios étnicos no norte do país
Uma briga generalizada irrompeu no Parlamento do Kosovo, entre membros do governo e deputados da oposição, nesta quinta-feira, após o deputado Mergim Lushtaku jogar água em Albin Kurti, o primeiro-ministro do país. Ele estava no púlpito falando sobre as medidas que tomará para diminuir as tensões com os sérvios ao norte do país balcânico, onde se concentra esta minoria étnica. A sessão estava sendo transmitida ao vivo, e foi logo interrompida.
Lushtaku, membro do opositor PDK, também jogou água — e a própria garrafa em que carregava o líquido — em Besnik Bislimi, vice-primeiro-ministro e aliado muito próximo de Kurti. O ministro das Finanças, Hekuran Murati, que estava sentado logo atrás, ainda se levantou para tentar proteger os colegas, ao ver Lushtaku se aproximando. Ele tentou parar a água usando sua pasta como proteção.
A partir de então, começou a confusão e uma intensa troca de socos entre dezenas de presentes. A situação só se acalmou quando o presidente do Parlamento chamou a polícia. O primeiro-ministro já havia sido levado para longe da multidão pelos seus guarda-costas.
Segundo alguns portais, momentos antes, a oposição havia estendido uma faixa com o desenho de Kurti, zombando dele com um nariz longo de “Pinóquio”, insinuando que ele estava falando mentiras. A imagem foi rasgada e retirada por Bislimi.
Os partidos de oposição de Kosovo criticam as políticas de Kurti para o norte, alegando que elas prejudicam as relações com os principais aliados ocidentais. Os Estados Unidos e a União Europeia pressionam o premier para ajudar a acalmar a situação.
A União Europeia é mediadora dos diálogos entre Kosovo e Sérvia, mas congelou alguns fundos comunitários destinados a Pristina, devido à relutância de Kurti em atender suas demandas para reduzir as tensões no norte.
Segundo o The Guardian, o chefe de governo anunciou na quarta-feira que reduziria o número de policiais especiais que ficam do lado de fora de quatro prédios municipais, em cidades de maioria étnica sérvia ao norte, e realizaria novas eleições para prefeito em cada uma delas. A medida irritou os opositores, que argumentaram que Kurti “fez experimentos” por meses, e colocou em risco a posição internacional de Kosovo, apenas para recuar posteriormente.
Fonte: OG