Até que ponto a crescente influência chinesa em Angola tem consequências por cá? Luís Miguel Ribeiro, presidente do conselho de administração da AEP (Associação Empresarial de Portugal) não tem dúvidas que “esta situação impacta as empresas portuguesas”.
Em declarações ao Negócios, o responsável sublinha que “este fenómeno não se limita apenas a Angola, mas também à maioria dos países africanos”, defendendo que deve ser feita “uma ampla reflexão sobre alguma displicência da política económica europeia em relação ao continente africano”. Por outro lado, acrescenta, reflete “a necessidade de ganhos de escala das empresas portuguesas”.
A AEP, que leva a Angola por estes dias uma comitiva de 20 empresas, em parceria com a AICEP e a Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola (CCIPA), “ continua fortemente empenhada” em “fortalecer os laços económicos” com aquele país africano, garante Luís Miguel Ribeiro. “Existe margem” para isso, acredita.
“As relações económicas entre Portugal e Angola assumem particular relevância para ambos os países”, destaca o líder da AEP, lembrando que “no comércio internacional de bens, no ano passado, Angola ocupou a 9.ª posição entre os principais mercados de destino das exportações portuguesas e a 37.ª posição enquanto mercado de origem das nossas importações”.
Luís Miguel Ribeiro entende ainda que “Angola surge como um excelente mercado para Portugal diversificar as suas relações comerciais para outros pontos geográficos”, tendo em conta “a elevada exposição da economia portuguesa ao mercado europeu – superior a 70% no comércio internacional de bens com os países da União Europeia”.
Os setores com maior potencial, considerando o histórico das relações entre os dois países, são “o metalúrgico e metalomecânico, os minerais e energia, a construção, o alimentar e turismo”.
Fonte: N/AN