O comandante geral da Polícia Nacional assegurou esta terça-feira,03, em Luanda, aos jornalistas, na 26.ª Conferência Regional Africana da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), que no País existem pontos muito fortes de consumo de drogas pesadas que os órgãos de defesa e segurança têm combatido.
Arnaldo Carlos adiantou que Angola vai partilhar estas informações importantes com os especialistas da Interpol em busca de experiência para combater aquele qe considera ser uma realidade preocupante no País.
“A droga tem estado a preocupar quase todas as polícias do mundo e nós não vamos fugir à regra, visto que o nosso País tem servido de passagens de drogas e aos poucos sentimos que existem pontos muito fortes de consumo interno”, disse o comandante geral aos jornalistas.
O oficial assegurou que Angola tem que saber usar os recursos de que a Interpol dispõe, que é a partilha de informações entre as policiais, e não pode, em momento, algum deixar de aproveitar estes recursos.
Conforme o número um da Polícia Nacional, outra preocupação que Angola vai apresentar aos mais de 350 representantes das distintas polícias de África neste fórum, será o crime fronteiriço que é um dos que mais preocupa as autoridades angolanas.
“Vamos buscar experiência dos países que estão mais desenvolvidos para garantirmos a segurança fronteiriça, mas respeitando a soberania dos países vizinhos”, disse.
Angola quer ainda, apontou, buscar experiência de outros países para encontrar a melhor solução a este fenómeno, que cresce diariamente nas fronteiras angolanas.
Nesta conferência regional, o comandante-geral da Polícia Nacional vai apresentar um retrato da criminalidade em Angola e soluções para o seu combate.
Já o director-geral do Serviço de Investigação Criminal, António Paulo Bendje, vai falar sobre a experiência de Angola na luta contra o tráfico humano.
A vice-Presidente da República, Esperança da Costa, que presidiu ao acto da abertura, disse ser importante a partilha de experiência entre polícias para garantir a paz nos países sob as ameaças que os Estados desconhecem.
Segundo o número dois da Nação, é necessário o reforço da cooperação policial para permitir que as polícias têm respostas rápidas para o crime organizado.
Também presente neste fórum, o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, sublinhou a importância da cooperação com os países africanos que permitiu, em 2022, a detenção de mais de 2.400 pessoas e a apreensão de quase 130 milhões USD.
Jürgen Stock notou ainda que Angola tem sido um parceiro activo da organização de polícia internacional, integrando múltiplos projectos, demonstrando com este encontro em Luanda o seu “empenho na cooperação com a policia internacional”.
Na mesma ocasião, este responsável advertiu para o crescendo no crime organizado, que é já em muitos países africanos uma “emergência de segurança” que só pode ser combatida com uma resposta internacional assente na cooperação, nomeando como destaque a questão da pilhagem dos recursos naturais.
Já o presidente da Interpol Ahmed Nasser Al-Raisi, depois de elogiar a cooperação policial internacional, anunciou que com as trocas de informações entre as polícias do Continente Africano, foi possível frustrar mais de 20 acções de crimes cibernéticos.
“A Interpol e a Afripol lideraram recentemente uma operação em 24 países africanos, onde a polícia conseguiu identificar 26 suspeitos de redes que estavam ligadas a um financiamento de mais de 40 milhões de dólares, contou
Segundo este responsável máximo da Organização Internacional de Polícia foi realizada outra operação em Maio últimos, onde foi possível bloquear mais de 200 contas bancarias que estavam ligadas ao crime cibernético, feito por vários chefes de redes de países da África do Oeste, que foram presos.
Está conferência conta com a participação de 350 delegados de países africanos, assim como representantes dos EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália, Qatar, Sérvia, Guatemala e Brasil.
Fonte: NJ