As grandes empresas angolanas apresentam vulnerabilidades significativas nos seus sistemas, tornando-se alvos fáceis para os cibercriminosos. Num mundo cada vez mais digital, é fundamental que as empresas desenvolvam estratégias robustas de prevenção e defesa cibernética, adaptadas à criticidade dos seus negócios.
Imagine acordar um dia e não conseguir aceder à sua conta bancária porque o sistema informático do seu banco foi atacado por hackers ou que todo o seu historial médico foi perdido devido a um ataque informático. Estes cenários são cada vez mais comuns em todo o mundo e são uma possibilidade preocupante em Angola. Nos últimos anos, o país tem sido palco de numerosos ataques informáticos que têm colocado em risco a segurança das empresas, instituições governamentais e da própria população. A crescente dependência da tecnologia, aliada a vulnerabilidades sistémicas e à falta de consciencialização, tornam o país um alvo atractivo para cibercriminosos. Exemplos consideráveis destes ataques em Angola incluem a Sonangol em 2019, a Imprensa Nacional de Angola em 2020, a Clínica Girassol em 2023, o Banco Sol em 2023 ou o BNA em 2024. Esses incidentes ressaltam a crescente ameaça cibernética no país.
De acordo com um relatório de 2022 da Cloudflare, Angola é o segundo país africano com maior incidência de ataques cibernéticos. Estimativas indicam que os custos desses ataques para as empresas nacionais podem alcançar até 2 mil milhões de dólares anuais. As grandes empresas angolanas apresentam vulnerabilidades significativas nos seus sistemas, tornando-se alvos fáceis para os cibercriminosos. Num mundo cada vez mais digital, onde a internet e a tecnologia são omnipresentes, é fundamental que as empresas desenvolvam estratégias robustas de prevenção e defesa cibernética, adaptadas à criticidade dos seus negócios e à sensibilidade de seus dados.
Em Angola, os sectores mais visados pelos cibercriminosos são o das telecomunicações, serviços financeiros e governamentais, onde a sofisticação das ameaças, como botnets e ataques DDoS, aumenta a vulnerabilidade digital. Um relatório da INTERPOL de 2024 destacou o aumento dos ataques cibernéticos em Angola, especialmente através de fraudes electrónicas e ransomware. Considerando as tendências globais, os custos de recuperação e mitigação para as empresas angolanas podem facilmente alcançar milhões de dólares por incidente, dependendo da gravidade do ataque.
Para mitigar estes riscos crescentes, é imperativo que Angola invista não apenas em infraestrutura de TI, mas também na formação e educação dos seus cidadãos. As empresas devem adoptar modelos avançados de segurança, como o Zero Trust, que assume que nenhuma actividade na rede é segura por padrão e que requer verificação contínua. Além disso, é essencial promover a consciencialização e a educação das pessoas sobre práticas seguras no uso da tecnologia. Programas de formação contínua em cibersegurança devem ser implementados para preparar especialistas capazes de lidar com ameaças cada vez mais sofisticadas. Nesta área, a colaboração entre sector público e privado é crucial para desenvolver uma resiliência cibernética eficaz, garantindo a continuidade dos negócios, mesmo após um ataque.
Investir em tecnologia e na capacitação das pessoas é a chave para proteger o futuro digital de Angola. As empresas e o governo devem trabalhar em conjunto para criar um ambiente seguro e confiável, um ambiente de formação e consciencialização sobre o tema, capaz de resistir às ameaças cibernéticas e garantir a prosperidade económica e social do país. Porque na luta contra os cibercriminosos, o melhor antivírus é uma boa dose de prevenção e uma pitada de educação!
Fonte: Expansão