O Executivo apenas garantiu 440,9 mil milhões Kz em financiamentos internos e externos no III trimestre, o que agravou o buraco no financiamento ao orçamento que no I semestre já ia em 4,3 biliões Kz.
Menos receita obrigou, mais uma vez, a cortes profundos na despesa. Há um buraco de 6,3 biliões Kz no financiamento ao Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2024, já que dos 8,6 biliões Kz previstos no Plano Anual de Endividamento (PAE) de 2024 em financiamentos internos e externos para os primeiros três trimestres do ano, o Governo apenas conseguiu 2,3 biliões Kz entre Janeiro e Setembro, de acordo com cálculos da imprensa com base nos relatórios de execução orçamental dos três primeiros trimestres do ano.
O Orçamento Geral do Estado para 2024 tem previstas receitas e despesas no valor global de 24,7 biliões Kz: quase 14,7 biliões Kz em receitas correntes (maioritariamente impostos) e pouco mais de 10,0 biliões Kz em receitas de capital, sobretudo financiamentos internos e externos.
Os 10,0 biliões Kz previstos em financiamentos estão divididos em quase 6,2 biliões Kz em financiamentos externos e 3,8 biliões a captar a nível interno junto da banca comercial. Os dados de execução ao longo dos primeiros nove meses do ano evidenciam as dificuldades do Estado em financiar o OGE, o que obrigou ao corte de despesas e até as dificuldades de tesouraria que o Executivo enfrentou para pagar os salários de Julho já fora de prazo.
No período em análise, a nível interno foram obtidos financiamentos de 1,4 biliões Kz (98% deste valor foi garantido no II trimestre), equivalente a 37% do valor inscrito para todo o ano, segundo o OGE. No entanto, de acordo com o PAE 2024, entre Janeiro e Setembro estavam previstos captar quase 3,3 biliões Kz, o que dá um buraco de 1,9 biliões Kz entre o que estava previsto e o que efectivamente foi conseguido.
Fonte: Expansão