Pelo menos 148 pessoas morreram nas inundações no sul do Brasil, segundo o último balanço das autoridades divulgado esta segunda-feira, com o Presidente do Brasil a adiar a viagem ao Chile para acompanhar as acções de resposta.
A viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao Chile aconteceria a 17 e 18 de maio, mas o Ministério das Relações Exteriores do país informou hoje que a visita “foi adiada pela necessidade de acompanhamento da situação das enchentes no Rio Grande do Sul e de coordenação no atendimento à população afectada e nas tarefas de reconstrução”.
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 147 pessoas perderam a vida nas enchentes e desabamentos que afectam o estado desde 30 de abril. Outra morte foi registada em Santa Catarina, na semana passada.
No fim de semana, as chuvas voltaram a cair com força, elevando o alerta.
O anterior balanço, divulgado no domingo pelas autoridades locais, tinha confirmado 144 mortes nesse estado brasileiro.
Segundo a Defesa Civil, o número de deslocados supera 538 mil pessoas, dos quais mais de 80 mil pessoas tiveram de procurar refúgio em abrigos improvisados pelas autoridades do Rio Grande do Sul.
Há ainda 806 pessoas feridas e 127 desaparecidos. As fortes chuvas afectam mais de dois milhões de pessoas que vivem em 447 cidades do estado mais ao sul do território brasileiro.
Quase todas as cidades do Rio Grande do Sul permanecem em alerta devido às previsões meteorológicas e as forças de resgate aproveitam os poucos momentos em que as tempestades acalmam para continuar as buscas.
Além de chuvas torrenciais, estão previstos ventos fortes e temperaturas baixas que poderão prolongar-se até terça-feira.
O Centro Nacional de Vigilância e Alerta de Desastres emitiu um alerta no domingo de alto risco para deslizamentos de terra em praticamente todo o estado e na região metropolitana de Porto Alegre, capital regional do Rio Grande do Sul, com atenção especial para a Serra Gaúcha.
Em todo o estado, as acções para levar alimentos, roupas, cobertores e medicamentos continuam, numa altura em que os serviços de energia e água estão a ser restabelecidos aos poucos.
Os danos causados pelas cheias no Rio Grande do Sul estão estimados em cerca de 19 mil milhões de reais (cerca de 3,4 mil milhões de euros), segundo o governo regional.
O Governo brasileiro publicou no sábado, numa edição extra do Diário Oficial, uma medida provisória que abre um crédito extraordinário de 12,1 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros) para acções no Rio Grande do Sul. O total em ajuda anunciado para o Rio Grande do Sul supera 60 mil milhões de reais (10,8 mil milhões de euros).
Fonte: NJ