Um grupo de oito jogadores, que regeitaram (rescindiram) manter-se na equipa sénior masculina de basquetebol do 1.º de Agosto equacionam processar o clube, por incumprimento contractual e dívidas em salários e prémios de jogos.
De acordo com Zacarias Geremias, um dos advogados dos atletas, em declarações à imprensa, em Luanda, o pensamento surge na sequência de sucessivos incumprimentos por parte do clube “militar” das várias tentativas de se chegar a consenso.
Disse que a direcção da colecividade do RI20 até tem se mostrado disponível à conversa, mas que tudo não passa disto mesmo, pelo que a equipa de advogados pondera formalizar uma queixa ao tribunal.
Acrescentou que, desde 15 de Maio que decorrem conversações, não se chegou a um acordo porque supostamente a outra parte age de modo a ganhar tempo.
Terça-feira (26), de acordo com o jurista Zacarias Geremias, foi marcado mais um encontro para análise e confirmação da documentação referente à divida para com os jogadores, mas os representantes do 1.º de Agosto não compareceram.
Trata-se dos basquetebolistas Edson Ndoniema, Geraldo Santos, Hermenegildo dos Santos, Islando Manuel “Papa Ngulo”, Juscelino Ricardo, Mohammed Cisse, Felizardo Ambrósio e Tárcio Domingos.
Recorde-se que a direcção do 1.º de Agosto já se pronunciou publicamente em relação ao assunto, assumindo que tal teria solução, de acordo com o interesse das partes envolvidas.
Os jogadores do basquetebol não constituem um caso isolado. Passam pela mesma situação atletas de outras modalidades como o xadrez e futebol, além de funcionaríos da colectividade que, na sequência, já esboçaram uma greve reivindicando pagamentos de ordenados.
Em março de 2022, o Ministério das Finanças (Minfin) reduziu a verba destinada ao 1º de Agosto de 800 milhões de kwanzas mês, proposto pelo clube, para 200 milhões a serem disponibilizados por via do Ministério da Defesa.
O Minfin até pretendia atribuir inicialmente apenas Akz 150 milhões, mas o argumento da outra parte de que seriam insuficientes motivou o acréscimo.
No entanto, esse valor (Akz 200 milhões) será alocado apenas em período determinado até que a formação “militar” encontre outras vias de financiamento.
De lá até cá, o 1º de Agosto atravessa uma crise nunca antes vista, desde a fundação da colectividade em 1977, sendo das mais tituladas do país em várias modalidades.
A extinção do voleibol, a dívida com atletas e equipas técnicas, fundamentalmente do futebol e basquetebol são inequívocos xemplos da crise financeira que a agremiação atravessa.
Fonte: Angop