Um dérbi é por definição jogo apaixonante, com rivalidades exacerbadas, não fosse duelo entre vizinhos. Mas ontem, em Barcelona momento histórico para as duas equipas: se os da casa necessitavam de conquistar três pontos para garantirem a manutenção, os visitantes tinham o título na mão em caso de vitória. Aconteceu a segunda possibilidade porque há um menino em Camp Nou que é cada vez mais irresistível: uma verdadeira obra de arte de Lamine Yamal fez com que o título fosse garantido com requinte. Candidato a melhor do ano.
Por muito que antes do encontro muito se tenha falado na renovação de Hansi Flick, que termina contrato apenas em junho do próximo ano, mas depois do fantástico trabalho de 2024/25, passa a ser a grande prioridade para os adeptos, a equipa entrou concentradíssima na missão de conquistar três pontos e fechar as contas em relação ao título. Ao contrário do que tem vindo a ser regra, defendeu com segurança e deixou que o artista resolvesse.
Logo aos 4 minutos, Urko González surgiu isolado no coração da área, mas o remate saiu a centímetros do poste. Estava dado o primeiro aviso de que o quarteto defensivo inédito do Barça. Pouco depois, nova chegada à área, com Hansi Flick a pedir concentração à equipa.
Aos 10 minutos houve interrupção porque um adepto saltou para o relvado, mas depois de curto diálogo do árbitro com a polícia voltou a equipa da casa a procurar chegar ao golo.
Mas este Barcelona não precisa de muito para levar o pânico às defesas contrários e o primeiro remate a dar sensação de golo pertenceu a Lewandowski, aos 14 minutos. Tudo muito intenso.
Como acontece sempre nos jogos do Barcelona, o perigo a rondar as duas balizas e a oportunidade que se seguiu foi flagrante e para o Espanhol, mas Puado permitiu a Szczesny uma defesa estrondosa.
O jogo foi caindo de intensidade e se o Espanhol defendia com bloco baixo, o Barcelona respondia com frente de ataque alargada, mas sem conseguir chegar ao golo. Chegava o intervalo com o resultado que não interessava a ninguém. Nem manutenção, nem título.
E para a festa do título nada como ela começar com um golo do outro mundo. De quem? Quem mais poderia ser? Lamine Yamal fletiu da direita para o centro e com remate cruzado deixou a equipa de Hansi Flick na frente.
Depois da obra de arte do menino-maravilha, o Barcelona mais tranquilo ficou e foi gerindo com segurança e sempre com muita posse, não deixando o Espanhol chegar ao golo que permitisse sonhar com a reviravolta.
No final deste jogo ficou a reposta à pergunta ‘porque foi o Barcelona campeão?’ A resposta tem duas vertentes, pela coragem de um futebol ofensivo de Hansi Flick e o talento puro de Lamine Yamal, que faz cada vez mais a diferença.
E ficou também o fecho em grande estilo com o golo de Fermin Lopez. E uma cena desnecessária, com empurrões entre jogadores e a regra do estádio a ser ligar, fazendo lembrar certo dia em que o FC Porto se sagrou campeão na Luz, em 2010/11.
Fonte: MSN