Passava grande parte dos dias na Vila de Viana e no distrito Luanda Sul, onde praticava os actos ilícitos há muitos anos. Joel Baco Neto, de 28 anos, mais conhecido por Jonce Neto, tinha outro “passatempo”. Traficava droga e burlou centenas de mulheres a quem prometeu ingresso no Serviço de Investigação Criminal (SIC) e Serviços Prisionais (SP). Na terça-feira, 12, foi anunciada a sua detenção numa investigação da Direcção de Combate ao Crime Organizado (DCCO). Estava na posse de uma arma de fogo, Jericho, contendo quatro munições, de um pares de algemas, colete do SIC e meios da Polícia Nacional (PN). Já se encontra em prisão preventiva.
O agora detido, a quem não é conhecida qualquer profissão, residia no município de Viana e ostentava uma vida desafogada. Sem rendimentos fixos, morava sozinho numa boa casa, tinha três garagens e quatro carros, três deles de alta cilindrada, fios e mascotes de ouro, relógios luxuosos e uma discoteca no distrito Luanda Sul, denominada “MC Fashion”, onde realizavas diversos eventos, com mulheres nuas e drogas à mistura.
O homem, segundo a acusação do Ministério Público (MP), criou a “3º temporada dos amigos habilidosos de Jonce Neto”, um grupo de prostituição no Facebook onde burlou diversas mulheres com a promessa de enquadrá-las no Serviço de Investigação Criminal, Polícia Nacional e Serviços Prisionais, refere o MP, salientando que o acusado também é “líder de um grupo de prestação de serviços e venda de carros”.
O cenário da droga não foi levado para cima da mesa pelo SIC-Geral, de acordo com fonte contactadas pela imprensa, no acto da apresentação do suspeito à imprensa, na companhia dos seus dois comparsas, na manhã desta terça-feira.
O criminoso era investigado há vários meses. A vida desafogada levantou suspeitas, bem como as “constantes actuações” como agente do SIC-Geral em diversas empresas com falsos mandados de capturas e de apreensões.
“Era nos seus potentes carros que o suspeito ostentava o luxo em vários pontos de Luanda, sobretudo em Viana, onde adquiria a droga, que depois vendia a traficantes locais”.
Contactado e questionado pela imprensa, o director nacional de comunicação institucional e imprensa do SIC-Geral, superintendente de investigação criminal Manuel Halaiwa, argumentou que ainda não sabem ao certo os números de vítimas burladas por Jonce Neto, “o falso agente do SIC que circulava armado e procedia à detenção de diversos cidadãos com ameaças de morte”.
O SIC-geral tenta agora perceber a extensão dos crimes e a possibilidade de existirem mais burladores e traficantes. O homem foi esta quarta-feira conduzido para a cadeia da comarca de Viana.
O nosso jornal sabe que a investigação da Direcção de Combate ao Crime Organizado segue com diversas diligências para efectuar a apreensão dos bens adquiridos com burlas.
Fonte: NJ