Angola tem o segundo rácio mais alto de recursos alocados ao pagamento de juros da dívida em relação aos recursos dedicados ao sector de saúde pública entre os 188 países do mundo considerados num estudo realizado pela ONU.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, “Unctad” elaborou um documento denominado “Um mundo de Dívidas” no qual é exposto que o Governo de Angola gasta mais de seis vezes em pagamentos de juros que em saúde pública.
Comparando com as médias do rácio no resto da região africana, que é de 1,6, e nos países desenvolvidos, que é de 0,1, o sector de saúde em Angola, com um rácio de 6,1, aparece “dramaticamente afectado pelo endividamento do País”, acrescenta o documento agora divulgado.
“Além disso, o visualizador da tendência cronológica mostra que o rácio de 6,1 registado no período de 2020-2022 representa uma subida drástica em relação ao valor do indicador, 1,4, registado em 2014-2016”, acrescenta o documento consultado pela imprensa.
De acordo com o painel, desde o início da década 2010-2012, quando os pagamentos de juros eram inferiores aos recursos alocados à saúde pública, em Angola, o rácio cresceu 5,5 pontos.
Os dados divulgados no painel, permitem avaliar o estado de endividamento actual até 2023 em todo o mundo, além de comparar as dívidas nacionais e observar a cronologia das tendências de endividamento desde 2010.
O Brasil, o único país à frente de Angola nesta lista de países, gasta mais em pagamentos de juros de dívida pública que em serviços de educação e saúde juntos.
Este documento mostra como os países se podem deixar embrenhar numa teia de dívidas que acabam por arriscar ou comprometer o seu desenvolvimento.
Fonte: NJ