Quando o assunto é futebol, a Nigéria é indubitavelmente das melhores selecções de África, mas no seu percurso de afirmação dentro e fora do continente paira um momento sombrio, quando Angola a impediu de participar no Campeonato do Mundo de 2006, na Alemanha.
A história é de há 20 anos, mas a revanche pode ou não acontecer quando ambas se defrontarem às 18 horas desta sexta-feira, no Estádio Felix Houphouet-Boigny, em Abidjan, para os quartos-de-final do CAN`2023, que decorre na Côte d`Ivoire.
Decorria o ano de 2004, eliminatórias para a “Copa do Mundo”, Palancas Negras e Super Águias disputavam a qualificação no grupo 4 e dois angolanos se tornaram os actores da façanha nacional ao colocarem o país pela primeira e única vez na cimeira do futebol mundial.
Akwá foi o autor do golo marcado em Luanda (1-0), no dia 20 de Junho de 2004, e Figueiredo, responsável pelo tento de empate (1-1), em Lagos, em 18 de Junho de 2005, na segunda volta das qualificativas.
De lá para cá, a Nigéria até já venceu Angola mais recentemente, em 28 de Janeiro de 2018, por 2-1, no grupo F do CHAN, prova para jogadores que evoluem nos respectivos países, mas a importância de uma e outra competição faz toda a diferença.
Efectivamente, será sobre este cenário que se enfrentarão pela 13ª vez, somando Angola duas vitórias e a Nigéria três.
Regista-se sete empates, todos com números que não ultrapassam os dois golos. A primeira vez que tal ocorreu (empate a duas bolas) foi no longínquo ano de 1989 (grupo C), na corrida ao Mundial de Itália`1990.
A Nigéria apresenta-se como favorita, se a análise circunscrever-se ao facto de já ter conquistado o evento em 1980, 1994 e 2013, além de possuir no plantel o atacante Victor Osimhen, do Nápoles de Itália, eleito o melhor jogador africano do ano passado.
Os nigerianos, com a melhor defesa até agora do CAN, com apenas um golo sofrido e cinco marcados em quatro jogos, possuem jogadores de técnica refinada e com experiências trazidas de grandes clubes da Europa, sobretudo.
Na fase de grupos, os companheiros do lendário Jay-Jay “Okocha”, um dos maiores jogadores da história, empataram com a Guiné Equatorial (1-1), venceram a Guiné-Bissau (1-0), a Côte d`Ivoire (1-0) e os Camarões (2-0), esta última nos oitavos-de-final.
Angola, por sua vez, não tendo “estrelas” de todo já feitas, assenta o seu futebol no colectivo e conta, para isso, com alguns activos no ataque e na defesa que contribuíram para o alcance dos quartos-de-final, tal como ocorreu no Ghana`2008 e Angola`2010.
Nos dois anteriores momentos (2008 e 2010) a competição contava com 16 concorrentes e não havia oitavos-de-final, ou seja, após a fase de grupos seguia-se imediatamente para os quartos-de-final.
Os Palancas Negras, com nomes como o defesa central Kialonda Gaspar, o médio Fredy (Cap), os pontas Gelson Dala, Mabululu, Gilberto, Zine Salvador e Zito Luvumbo, assumem-se como os que mais marcam (9 golos) contra (3 sofridos), em quatro jogos.
Dala (Al Wakrah SC na Liga do Qatar), com quatro tentos, é o segundo melhor marcador do CAN`2023, depois de Emílio Nsue, da Guiné Equatorial, com cinco, no entanto, já fora do torneio.
Para chegar tão perto do título como nunca antes, Angola empatou com a Argélia (1-1), venceu a Mauritânia (3-2), o Burkina Faso (2-0) e a Namíbia (3-0), este último nos oitavos-de-final.
Esta partida carrega ainda a seguinte curiosidade: ambas representações são lideradas por dois técnicos portugueses, designadamente, Pedro Gonçalves (Angola) e José Peseiro (Nigéria).
Cartaz dos quartos-de-final
Sexta-feira, dia 2 de Fevereiro às 18h00 e 21 horas:
Nigéria – Angola
RDC – Guiné
Sábado, dia 3 de Fevereiro às 18h00 e 21 horas
Mali – Côte d`Ivoire
Fonte: Angop