Portugal manteve-se em 2023 como segundo país de origem das importações angolanas, a seguir à China, mas as vendas diminuíram para cerca de 1,5 mil milhões de euros face a 1,8 mil milhões de euros, no período homólogo.
Segundo o relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA), consultado esta quarta-feira pela Lusa, o valor das importações angolanas diminuiu 13% em 2023 face ao ano precedente, para 15 mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros), destacando-se o decréscimo das importações de bens alimentares (33%), produtos químicos e combustíveis.
A China representou 15% do valor total das importações, com 2,3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de dólares em 2022), seguindo-se Portugal com 1,6 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) que compara com os 1,9 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) vendidos em 2022 Portugal, que representa 10,89% do valor total das importações de Angola, vendeu sobretudo máquinas, aparelhos mecânicos e elétricos, produtos químicos e bens alimentares.
Tanto a China como Portugal perderam terreno face ao aumento das importações provenientes de outras origens, como Emirados Árabes Unidos, EUA e Reino Unido. A Índia manteve-se estável no terceiro lugar, com 1,09 mil milhões de dólares, que representaram 7,19% do total importado em 2023.
O relatório do banco central angolano relativo a 2023 dá conta de um ano marcado pela dinâmica da inflação no primeiro semestre do ano. Com a redução dos subsídios estatais à gasolina, o choque da taxa de câmbio resultou numa depreciação da moeda nacional em relação ao dólar na ordem de 13,08% e 29,07% nos meses de Maio e Junho, respetivamente, que obrigou a interromper a flexibilização da política monetária e manter as taxas inalteradas até ao quarto trimestre, face às pressões inflacionistas.
Os preços de bens e serviços da economia angolana foram marcados por uma aceleração persistente, na segunda metade do ano, alterando o perfil de desaceleração observado em 2022. A inflação anual foi de 20%, sendo a classe “Alimentação e Bebidas não alcoólicas” a que pesou neste desempenho.
“A desaceleração do ritmo de crescimento do setor não petrolífero, abaixo da taxa de crescimento da população, associada à depreciação da moeda nacional e à redução das importações, em particular de bens alimentares, acentuou o desequilíbrio entre a oferta e a procura de bens e serviços na economia”, refere o documento do BNA.
Fonte: N