Com 23 pontos do base Childe Dundão, a Selecção Nacional de basquetebol sénior masculina derrotou este sábado, no Pavilhão Arena do Kilamba, a congénere de Cabo Verde, por 67-80, e qualificou-se directamente para a fase final da Copa do Mundo de 2023, prova que arranca a 25 de Agosto.
Os pupilos de Josep Clarós “Pep” surpreenderam tudo e todos e proporcionaram ontem uma exibição de luxo, ante uma Selecção de Cabo Verde que se rendeu à qualidade de jogo dos hendecacampeões africanos.
Chamado para o cinco inicial, o jovem extremo do Clube Central das Forças Armadas Angolanas (1º de Agosto) Milton Valente começou por inaugurar a marcha do marcador.
Aliás, os quatro primeiros pontos dos hendecacampeões africanos pertenceram ao jovem jogador, que foi chamado pela primeira vez pelo seleccionador nacional, Josep Clarós “Pep”.
O afundanço protagonizado por Milton Valente, na cara do gigante Walter Tavares, espevitou os amantes da bola ao cesto, que estiveram ontem um número considerável no Pavilhão Arena do Kilamba.
Ineficaz nos lançamentos livres, José Dimitri Maconda conseguiu dar maior qualidade ao jogo ofensivo da Selecção Nacional.
Com o equilíbrio a marcar o quarto inicial, o pequeno grande jogador Childe Dundão foi protagonista de um lançamento típico da NBA, para além dos doze metros, que obrigou o trio de arbitragem a consultar o VAR, dado que o lançamento foi efectuado a escassos segundos do fim do primeiro período.
Nesta fase, os hendecacampeões africanos venciam por uma margem mínima de dois pontos (20-18).
Com defesa organizada e pressionante, o ataque cabo-verdiano ficou completamente ofuscado, fundamentalmente, nos primeiros quatro minutos do segundo período, altura em que o combinado nacional vencia por 30-20.
Angola, que apareceu completamente transfigurada em relação ao desafio de estreia, voltou a superiorizar-se no segundo período, vencendo no parcial, por 23-18, perfazendo 43-36, ao cabo dos primeiros 20 minutos.
Já com o apuramento assegurado, até então na condição de terceiro melhor colocado, os hendecacampeões africanos jogaram para o prestígio, ofuscando inclusive o gigante Walter Tavares (dois metros e 21 centímetros), tendo terminado os primeiros vinte minutos, com apenas seis pontos.
Angola reentrou em grande, no terceiro quarto, com Childe Dundão e Milton Valente a serem os principais responsáveis das acções ofensivas do cinco nacional, facto que obrigou o técnico angolano ao serviço da Selecção de Cabo Verde, Emanuel Trovoada, a solicitar um desconto de tempo, quando estavam apenas decorridos três minutos.
Com o apuramento assegurado, a Selecção Nacional limitou-se a gerir a marcha do marcador até ao apito final.
António Monteiro foi o rei dos ressaltos, com seis, sendo dois ofensivos e quatro defensivos.
FICHA TÉCNICA
Pavilhão Arena do Kilamba
Público: 7.500
Arbitragem: Kerem Baki, (Tur), Tonton Kalume (Cod) Jean Ruhamiriza (Rwa).
Angola
1 Gerson Domingos 10
2 Dimitri Maconda 5
3 Gerson Gonçalves (C) 9
5 Childe Dundão 23
10 António Monteiro 16
11 Teotónio Dó 5
15 João Fernandes 0
15 Eduardo Francisco 2
23 Jeronimo Luís 0
32 Aldemiro João Vander 0
34 Kevin Kokila 4
47 Milton Valente 6
Treinador: Pep Clarós
Cabo Verde
0 Patrick Lima 5
4 Jefrey Xavier 3
6 Ivan Almeida 14
7 Fidel Mendonça (C) 0
8 Anderson Correia 5
9 Joel Almeida 9
10 Kenneti Mendes 0
13 Williams Tavares 5
15 Kevin Coronel 1
16 Keven Gomes (DNP)
21 Betinho Gomes 14
22 Walter Tavares 11
Treinador: Emanuel Trovoada
Resultado final: 80-67
Resultado ao intervalo: 43-36
Parciais
20-18, 43-36, 64-52 e 80-67
Emanuel Trovoada
“Fizemos tudo para vencer”
O treinador principal da Selecção de Cabo Verde, o angolano Emanuel Trovoada, garantiu que a partida de ontem, diante da Selecção de Angola foi muito complicada, e que os seus jogadores tudo fizeram para ganhar o jogo, mas, do outro lado, estava uma Selecção que jogava em casa.
O técnico angolano queixou-se da arbitragem e da forma como os jogadores angolanos defendiam o poste Walter Tavares. “Desde o momento em que viemos jogar em Luanda sabiamos que seria complicado, mas quem esteve aqui viu uma Selecção de Cabo Verde muito aguerrida e que lutou muito para vencer o jogo, mas encontramos muitos factores extra campo, como por exemplo o corte de energia electrica”, indicou.
O timoneiro queixou-se também do trabalho dos árbitros, que não primaram “pela igualdade de critérios”.
“Não é justo que os árbitros apitam tudo contra nós e do outro lado fazem vista grossa. A forma como defendiam os meus jogadores principalmente o Walter Tavares é de lamentar. As pessoas têm que respeitar mais o trabalho dos outros”.
Josep Clarós
Dedico esta vitória aos meus jogadores”
O técnico principal da Selecção Nacional, Pep Clarós, dedicou o apuramento ao Mundial aos seus jogadores. O número um da equipa técnica do combinado nacional prometeu apresentar uma equipa forte hoje, frente à Nigéria.
O timoneiro garantiu que o próximo passo da Selecção Nacional será trabalhar para a disputa do Africano e o Mundial.”Estamos felizes. Dedico esta vitória aos meus jogadores, eles foram valentes. O nosso próximo passo será trabalhar para competir no Afrocano e prometo apresentar caras novas, muitos deles não estiveram aqui e estarão nos próximos compromissos. Mas não deixarei de fora estes bravos jogadores que estão a vir connosco desde a primeira janela de qualificação”, disse.
Falando em conferência de imprensa no final da partida em que o cinco nacional venceu a sua primeira segunda partida, o timoneiro reconheceu que a equipa entrou melhor e fez bem o dever de casa.
Fonte: JA