A abertura das comportas da barragem do Inga, na vizinha República Democrática do Congo (RDC), pode afectar regiões limítrofes de Angola, sobretudo do município do Nóqui, província do Zaire, revelou, ontem, em Mbanza Kongo, o coordenador da Comissão Provincial de Protecção Civil, Adriano Mendes de Carvalho
O também governador provincial manifestou estar preocupa- do com essa situação, explicando que as mesmas podem ocorrer em caso de transbordo do rio Zaire, onde está situada esta maior barragem hidroeléctrica da RDC. A informação foi prestada na reunião da referida Comissão, na qual os seus integrantes foram informados que o Instituto Nacional da Meteorologia (INAMET) prevê, para os próximos dias, chuvas torrenciais que o levaram a decretar um alerta “Laranja” para a região.
Na ocasião, Adriano Mendes de Carvalho pediu às Administrações Municipais a acompanhar de perto a situação no país vizinho e do aumento do volume das chuvas nas respectivas circunscrições. A Comissão Provincial de Protecção Civil do Zaire orientou, ontem, em Mbanza Kongo, o reforço do stock de produtos da cesta básica e a aquisição de material de construção civil (chapas) e tendas, face à previsão de mais chuvas torrenciais na região para os próximos dias.
As orientações baixadas visam fazer face a eventuais desabamentos de casas em consequência das chuvas e de outras situações provocadas pelas calamidades naturais, segundo a imprensa. O também governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, explicou, durante o encontro, que o INAMET prevê cargas atmosféricas acima da média, situação que pode provocar danos materiais incalculáveis e humanos.
Explicou que, os municípios visados são os de Tomboco, Soyo e Mbanza Kongo que já registam chuvas com alguma intensidade, nos últimos dias, daí ter apontado a necessidade de se to- mar algumas medidas preventivas. Por sua vez, o comandante provincial do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), comissário bombeiro Daniel Janeiro Fernandes, informou que existe um plano de contingência generalizado, para acudir eventuais desastres e identificar possíveis riscos, contendo ainda as medidas para contrapor possíveis situações de calamidades.
Defendeu a necessidade da criação de centros de aprovisionamento de meios logísticos a nível dos seis municípios da província, para responder de imediato a eventuais casos de emergências. Entre os meios de aprovisionamento, enumerou kits de bens de primeira necessidade, reassentamento populacional e utensílios domésticos.
Daniel Janeiro Fernandes informou que, durante o mês de Novembro último, a instituição que dirige registou a inundação de 347 casas e a destruição de 25 outras, nos municípios do Soyo, Nzeto e Tomboco em consequência das chuvas, desabrigando 375 famílias, que perfazem 1.875 pessoas.
Fonte: OPAÍS