O Tribunal da Comarca de Luanda (TCL) dita esta sexta feira, 17, a sentença, após terminada a fase de produção de prova, de 50 cidadãos Chineses pertencentes a uma rede criminosa que arrendou uma unidade hoteleira, no Talatona, e se dedicava à produção de pornografia infantil e jogos ilícitos, apurou mà imprensa
Para além dos 50 cidadãos chineses, fazem parte da mesma rede criminosa um vietnamita e um angolano.
A acusação diz que os chineses recrutavam do Brasil, China e da Europa, jovens atraentes para o golpe em Angola.
A rede é acusada dos crimes de exploração ilícita de jogos, associação criminosa, coacção, pornografia infantil, jogos fraudulentos, branqueamento de capitais e retenção de moeda.
O Ministério Público (MP) diz que os acusados arrendaram em Talatona uma unidade hoteleira, tendo pago 20 milhões kz por um ano de rendas para o uso deste espaço para actividades ilícitas de jogos online.
Os detidos recrutavam cidadãos nacionais e estrangeiros para trabalharem nesse hotel.
Conta o MP que a rede pagava aos cidadãos estrangeiros as despesas de deslocação até Angola, onde alojavam as pessoas na unidade hoteleira arrendada, retendo os seus passaportes e telefones, para que trabalhassem forçadamente e sem possibilidade de abandonar o país.
Neste espaço, os trabalhadores recrutados foram formados e aprenderam táticas de enganar clientes, aliciando-os para jogos online.
Segundo a acusação, os acusados lideravam uma rede de pornografia infantil, cobrando valores para cada criança exposta.
Conforme a acusação, os envolvidos contrataram vários influenciadores digitais para enganarem pessoas, persuadindo-os a jogar.
Os arguidos, segundo o MP, inviabilizavam e ameaçam de morte sempre que um utilizador ganhasse o jogo e muitas vezes o vencedor não conseguia fazer o saque dos valores ganhos.
Segundo a acusação, os acusados estão unidos e não querem identificar os outros membros da rede criminosa em Angola.
O MP realça que os 50 arguidos chineses, em julgamento, e que se encontram em prisão preventiva desde Agosto de 2024, são réus-confessos, tendo assumido a participação nos crimes de que são acusados.
No acto da detenção e do desmantelamento da rede criminosa, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), que desmantelou a rede e deteve os implicados, que também contratavam jovens atraentes do Brasil, China e Europa, encontrou no local documentos, 40 milhões kz, mais de 15 mil dólares, 232 computadores e 229 telemóveis diversos.
Fonte: NJ
