Em Angola, os actos de vandalização dos cemitérios, sobretudo em Luanda, com roubo de metais, quadros-retratos e material de ornamentação das campas, continuam a crescer, devido ao alegado negócio de sucatas e material ferroso.
Alguns familiares, que se deslocaram neste domingo, 2 de novembro, dia dos Fiéis Defuntos, aos cemitérios de Luanda, queixam-se de terem encontrado os túmulos onde jazem os seus entequeridos destruídos e sem os acessórios decorativos.
É caso da jovem Cristina Augusto. Ela diz que não conseguiu identificar esta manhã a campa da neta no cemitério de Viana, por conta do suposto roubo da placa e do material de ornamentação.
“Não estou conseguindo encontrar a campa da minha neta, porque as tabletas não estão. E alguns familiares estão a reclamar que às vezes eles roubam isso e tiram as campas. E já viemos aqui essa segunda vez, porque desde que ela faleceu até hoje nunca a vimos”, lamentou Cristina Augusta.
Costa Fernando, cujo filho foi enterrado há três anos no cemitério da Camama, em Luanda, afirma que a vandalização de sepulturas para retirada objectos para fins comercias acontece quase sempre que se desloca ao referido Campo-Santo.
“Às vezes quando você vem aqui acompanhar os funerais, há jovens que entram aqui, recolhem os tabletes, como sabem que daí não vão conseguir passar. Preferem olhar o muro, olhar a cerca”, denunciou o jovem.
Entretanto, o coveiro do cemitério da Mulemba, no Hoje-Ye-Henda, Sabino Comandante, de 52 anos, manifesta-se preocupado com o vandalismo e outros tipos de assaltos que acontecem diariamente nos cemitérios do país.
“Geralmente, eles não passam por aqui, vêm por trás, ali onde a nossa segurança não consegue ver. Nós, como coveiros, a gente roda uma área e vamos ver, as placas que foram roubadas. Às vezes, tenho ali, tenho lá, quatro campos para controlar, não tem placa”, concluiu o coveiro Sabino Comandante.
Fonte: RFI

