O município da Jamba Mineira e localidades vizinhas na província da Huíla, permanecem há cinco dias sem cobertura de rede móvel da operadora Unitel, devido à queda da principal torre de telecomunicações da região, situação que está a afetar seriamente a comunicação de milhares de pessoas.
Além da Jamba, os municípios de Dongo, Cuvango, Galangue e até o Cuvelai, na província do Cunene, estão entre os mais prejudicados. A ausência de sinal deixou famílias incontactáveis, paralisou parte do comércio e criou entraves no funcionamento de serviços públicos que dependem da rede móvel.
António Cuvila, comerciante local, disse à Rádio Correio da Kianda que as vendas caíram drasticamente.
“Hoje ninguém consegue fazer transferências por Multicaixa Express nem contactar os fornecedores. Estamos a perder clientes e mercadoria, porque sem rede tudo trava.”
Já a estudante Laurinda Gabriel revelou a frustração de não conseguir aceder às plataformas de ensino.
“As aulas online ficaram paradas. Também não falamos com familiares fora da Jamba, é como se estivéssemos isolados do mundo.”
Funcionários de instituições públicas admitem igualmente dificuldades. Um agente da administração, que preferiu não se identificar, explicou.
“Os relatórios que enviamos para Lubango dependem de e-mails e chamadas. Estamos a usar alternativas improvisadas, mas o trabalho fica muito lento.”
Contactada pela nossa redação, uma fonte da Unitel confirmou que equipas técnicas estão já no terreno para repor o sinal “com a maior brevidade possível”. A operadora pediu compreensão aos clientes, assegurando que “a situação é temporária e está a ser tratada com prioridade máxima”.
A Administração Municipal da Jamba, em comunicado, apelou à população para manter a calma e garantiu estar em contacto direto com a operadora para acelerar a normalização.
Enquanto se aguarda pela resolução definitiva, a população continua a lidar com os efeitos de um “apagão” tecnológico que expôs a dependência das telecomunicações para a vida económica e social da região.
Fonte: CK
