Banco Mundial vai apoiar com 750 milhões de dólares o Orçamento Geral do Estado angolano deste ano de 2025, anunciou a instituição financeira.
Num encontro que a instituição financeira promoveu com jornalistas, denominado “Matabicho com a Imprensa”, o economista sénior do Banco Mundial (BM), Nelson Eduardo, disse que foi também aprovado um apoio financeiro de 250 milhões de dólares (cerca de 212,2 milhões de euros) de garantias, para financiamento comercial.
Perspetivas para 2026
Segundo Nelson Eduardo, para 2026, o montante ainda não está definido, mas estão previstas duas operações para o novo programa de apoio ao OrçamentoGeral do Estado.
Nelson Eduardo referiu que Angolaretomou a sua relação mais intensa com o BM e implementou muitas reformas, cujos impactos positivos são já visíveis, apesar do contexto externo desafiante que o país tem enfrentado, realçando que a covid-19 impactou negativamente algumas reformas implementadas pelo país.
O economista sénior do BM citou como ganhos uma maior sustentabilidade da dívida pública, caracterizada por elevada diminuição, bem como reformas cambiais, entre outras.
De acordo com Nelson Eduardo, os programas do BM de apoio ao OGE rondaram em média os 500 milhões de dólares (424,4 milhões de euros), mas num ano de pandemia o Governo angolano chegou a solicitar um aumento deste financiamento para 750 milhões de dólares, como aconteceu agora.
“A cada ano, analisamos caso a caso, em função da necessidade que o Governo apresenta para mobilizar financiamento internacional. Há anos em que o país consegue emitir ‘Eurobonds’, aí tem menos necessidades. Mas num ano como este, em que as pressões da dívida estão um pouco mais elevadas, o país não tem conseguido recorrer aos mercados de endividamento e solicitou uma quantia mais elevada, que são neste momento os 750 milhões de dólares”, destacou.
Reformas económicas em Angola
Ao desembolsar esse apoio ao OGE, o BM recomenda ao Governo de Angola reformas políticas e ações institucionais, para ajudar a promover o crescimento económico e a redução sustentável da pobreza, referiu.
Para o programa de apoio ao OGE deste ano foram já cumpridos, segundo Nelson Eduardo, por exemplo, a questão da remoção dos subsídios aos combustíveis – que ocorreram em março e julho passado, “uma das ações prévias” para se avançar com o desembolso.
De 2019 a 2024, o BM já desembolsou cerca de 2,7 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) em programas de apoio ao OGE, quase metade do seu portfólio de apoio financeiro ao país.
Atualmente, o BM tem em Angola uma carteira de 16 projetos, tendo já disponibilizado o valor global de 4,3 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros), para projetos nos setores da educação, saúde, infraestruturas, energia, água e desenvolvimento humano, estando em preparação outros projetos para as áreas da saúde, energia e apoio ao orçamento.
Fonte: LUSA
