
Angola está em terceiro lugar no ranking das melhores escolas privadas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), depois do Brasil e Portugal, informou, terça-feira, em Luanda, o presidente da Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP). António Pacavira fez estas declarações durante o balanço das Provas Internacionais de Conhecimento, que decorreram de 5 a 7 de Junho, em todo o país, para os alunos da 7ª até à 12ª classe, promovidas no âmbito da Confederação das Escolas Particulares da CPLP.
O presidente da ANEP explicou que Angola se encontra na terceira posição por conta dos investimentos feitos no ensino privado, nomedamente em infra-estruturas modernas, programas curriculares enriquecidos, que envolvem actividades extra-escolares, e o investimento tecnológico. Em relação às propinas cobradas a nível dos colégios e escolas públicas da CPLP, o dirigente informou que os custos praticados em Angola ainda são os mais baixos, quer no sector público como no privado.
Em média, explicou, os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) refere que o investimento de um aluno no ensino primário é de 1.400 euros, sendo que em Portugal são 1.200 euros, na África do Sul é equivalente a 400 dólares, enquanto que em Angola é de 55.000 kwanzas, o equivalente a 50 dólares. Apesar destes valores, admitiu que existem colégios que cobram mais do que a oferta formativa e a qualidade dos recursos humanos e professores são deficientes e precisam melhorar. O gestor escolar considera que o currículo escolar angolano tem de ser melhorado, mas, para isso, é preciso fazer uma ruptura no sistema actual, criar uma reforma educativa que atenda as expectativas e o perfil neurológico dos alunos, sobretudo do ensino primário, por serem muito tecnológicos. Existem casos, disse, em que os alunos são mais investigadores do que os próprios professores e têm mais conhecimentos ou são ousados.
Por estas razões, é preciso criar um currículo novo, que se adapte ao desenvolvimento, para que haja coragem política e técnica.
Provas internacionais
António Pacavira informou que as Provas Internacionais de Conhecimento, que decorreram de 5 a 7 de Junho, em todo o país, para os alunos da 7ª até à 12ª classe, foram promovidas no âmbito da Confederação das Escolas Particulares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Angola, como presidente da Confederação, esclareceu, envolveu as associações portuguesas para que possam auferir a qualidade de ensino destes países.
As Provas Internacionais do Conhecimento (PIC) são uma iniciativa académica, que incide nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
O objectivo geral das provas, disse, é avaliar a qualidade de aprendizagem dos alunos e de forma externa o desempenho das instituições, mas tendo em conta que o resultado do aluno reflecte o nível de organização, qualidade dos professores e recursos materiais, assim como de recursos humanos da instituição que representa.
O concurso foi realizado em três dias de provas, divididos em grupos, em que os colégios indicaram os alunos destacados no quadro de honra. Com estas participações em concursos, disse, as escolas passam a ter visibilidade internacional, através de um certificado emitido pela organização, que dá maior credibilidade a estas instituições e estarem a nível de outras da CPLP.
Fonte: JA