
Angola e Moçambique estão entre os países africanos com alta criminalidade e baixa resiliência ao crime organizado, segundo relatório do ‘Africa Organized Crime Index 2025’, apresentado, hoje em Nairobi, no Quénia.
O relatório, apresentado na conferência “Reforçar a resposta de África ao crime organizado transnacional” (ENACT), quantificou a taxa de criminalidade organizada e de resiliência dos países africanos numa escala de um a 10, avança a Lusa.
A análise africana nasceu do relatório global apresentado a 10 de Novembro e que inclui também os valores de Portugal, Timor-Leste e Brasil.
Moçambique, com 6,63, figura na oitava posição dos países africanos com a taxa de criminalidade mais alta, numa lista que tem a República Democrática do Congo (RDC) à frente da classificação do continente, com 7,47. O país de língua oficial portuguesa ganhou 0,43 desde 2023, ano em que foi feito o último relatório de crime organizado.
Por outro lado, o país do sudeste africano apresenta uma taxa de resiliência ao crime organizado de 3,25, diminuiu 0,05 desde o último relatório, pelo que é o país lusófono em pior posição no quadrante de alta criminalidade e baixa resiliência, acrescenta a mesma fonte.
Por sua vez, Angola tem uma taxa de criminalidade de 5,62, um aumento de apenas 0,04 em 24 meses, mas ainda acima de 5,5 valor que os especialistas consideram que demonstra que o crime organizado “influencia significativamente” o país, segundo o relatório, e apresenta uma resiliência de 4,21 – menos 0,29 que em 2023.
O Brasil, país lusófono que não está abrangido pelo relatório africano, apresenta uma taxa de criminalidade de 7,07, com um aumento de 0,30, é o 14.º país em pior posição a nível global, numa lista liderada pela Birmânia (8,08), e é o país lusófono com o valor mais elevado.
A nível de resiliência ao crime organizado, o Brasil apresenta uma taxa de 5,04 aumentou 0,14 em dois anos.
Angola e Brasil, apesar de se encontrarem no quadrante de alta criminalidade e baixa resiliência, estão próximos dos “quadrantes seguros” criminalidade abaixo de 5,5 ou resiliência acima de 5,5. 66 países (34,2%) estão neste quadrante.
No continente africano há apenas três países que se situam neste “quadrante ideal”, sendo Cabo Verde o que está em melhor posição, com uma taxa de criminalidade de 4,08 e de resiliência de 6,54.
A analista responsável pela apresentação de hoje do relatório, Rumbi Matamba, referiu à agência Lusa que o índice não mede o nível de segurança, mas ressalvou que, ainda assim, os países devem querer “estar colocados no quadrante de baixa criminalidade e alta resiliência ao crime organizado”.
Fonte: JA



