Afrobasket 2025: Crianças até aos cinco anos estão a pagar bilhetes para ter acesso ao pavilhão de jogos

Não há distinção nem excepções para as crianças que acompanham os pais ou adultos nas partidas dos jogos da 31ª edição do Afrobasket 2025, que decorre no país, nas províncias de Luanda e Namibe, algo que nunca aconteceu nas muitas competições desportivas internacionais realizados em Angola.
As crianças até aos cinco anos estão a ser obrigadas a pagar bilhetes de acesso, tal como os adultos, e ao mesmo preço, para o espanto e surpresa de todos, soube à imprensa.
Na abertura do Afrobasket, isto no dia 12, as crianças até aos 12 anos tiveram acesso livre, mas no dia seguinte a organização passou a exigir também bilhetes às crianças, bilhetes esses que variam entre 1.000 kz e os 45.000 kz.
Sobre o assunto, a comissão organizadora angolana do Afrobasket, quando contactada pelo Novo Jornal, remeteu-se ao silêncio.
No final-de-semana, no pavilhão multiusos do Kilamba, a imprensa constatou este facto e conversou com alguns pais e adultos que foram assistir a uma partida do Afrobasket.
Os adultos, na sua maioria pais, viram-se surpresos quando a equipa de segurança passou a exigir também a apresentação dos bilhetes de acesso dos menores.
Como muitos outros adeptos que se deslocaram com os filhos ao pavilhão multiusos do Kilamba, Eduardo Vaz comprou um bilhete e levou o seu filho de três anos para assistir ao jogo entre os Camarões e Madagáscar, quando foi interpelado e obrigado a comprar também o bilhete do pequeno.
“Fiquei surpreso com essa situação! Nunca soube que numa partida desportiva como a de basquetebol as crianças também pagassem tal como os adultos, isso é um absurdo”, contou.
Sem alternativa, Eduardo Vaz teve que comprar um bilhete para o seu filho porque queria ver o jogo.
Jorge Almeida comprou um bilhete de 5.000 kz, para a bancada central e, ao dirigir-se ao pavilhão com o filho de dois anos, foi obrigado a apresentar bilhete de acesso do pequeno, que teve de comprar.
“Nunca se viu coisa parecida nos jogos de futebol e de basquetebol”, disse, lamentando esta atitude da organização.
“Fiquei amplamente surpreendido quando voltei à bilheteira e questionei uma senhora do porquê de as crianças também terem de pagar o mesmo valor que os adultos, a resposta que me foi dada é que todas as pessoas têm de pagar para assistir ao jogo”, lamentou.
Entretanto, a 31.ª edição do Afrobasket 2025 que o país organiza está a ser muito criticada pelo elevado nível de desorganização.
No jogo de abertura, entre Angola e a Líbia, o jogo ficou parado por mais de uma hora devido a problemas no cronómetro dos 24 segundos, que forçou o Presidente da República, João Lourenço, a abandonar o pavilhão.
Sobre as razões da organização passar o cobrar a entrada das crianças, a imprensa contactou Moniz Silva, presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), mas este responsável remeteu-se ao silêncio.
Fonte: NJ