O continente africano “reivindica” dois assentos permanentes e cinco não permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, para ter representação justa e equitativa naquela organização mundial. A posição foi manifestada neste Domingo pelo líder da União Africana e de Angola, João Lourenço, durante a 7ª cimeira do Comité de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre a reforma do Conselho de Segurança.
Ao discursar neste Domingo na 7ª cimeira do Comité de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada na sede da ONU, em Nova Iorque, o Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, lembrou que, passados cerca de 20 anos sobre a declaração de Sirte, África continua a ser excluída das decisões da maior montra da diplomacia mundial.
“Ao adoptar o consenso de Ezulwini, em Março de 2005, e a Declaração de Sirte em Julho do mesmo ano, o nosso continente mostrou claramente ao mundo a sua vontade de romper com a exclusão histórica de que é vítima desde a criação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Contudo, passados estes anos, quase ou nada foi feito no sentido de se responder às reivindicações dos povos da África, uma vez que o continente africano, que representa mais de 1,4 mil milhões de pessoas, cerca de 17% da população mundial e que ocupa quase um terço dos assentos na Assembleia Geral, continua excluído da tomada de decisões centrais no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, recordou o estadista angolano.
Face à exclusão, o também Presidente de Angola espera que a reforma do Conselho de Segurança da ONU venha a beneficiar de dois assentos permanentes e de cinco não permanentes para a África dentro da Organização.
“Por este facto, a União Africana, na base destes dois documentos e por via deste órgão que se reúne aqui, defende com firmeza que a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas deve incluir a atribuição de pelo menos dois assentos permanentes para a África, com todos os direitos e prerrogativas, incluindo o direito de veto, enquanto este continuar a existir, e cinco assentos não permanentes adicionais para os Estados africanos, garantindo assim uma representação justa e equitativa e um compromisso claro de que o continente africano deixará de ser objecto das decisões do Conselho para passar a ser sujeito activo dessas mesmas decisões”, defendeu João Lourenço, líder da União Africana.
Fonte: OPAÍS