Luandenses temem por “invasões mortíferas” das águas das chuvas e criticam elenco de Manuel Homem por morosidade nas construções de sistema de escoamento. GPL responde com obras na drenagem da capital.
Com a época chuvosa já presente, inundações, desalojamentos e desabamentos de terras e de árvores, tudo acompanhado, em muitos casos, de mortes, lideram agora as preocupações de várias centenas de famílias residentes em Luanda. Em breve ronda efectuada pelas zonas da capital com histórico de desastres resultantes dos efeitos das chuvas, à imprensa”tropeçou” em famílias que não falam de outro tema, senão das valas de drenagem e do drama das bacias de retenção.
Não são, pois, poucos os luandenses que estão a blindar as entradas das residências com muros feitos com blocos e sacos de área, tudo como forma de garantir que, quando “São Pedro abrir as comportas do céu”, não se repitam as tragédias observadas nos períodos chuvosos anteriores.
Por isso, os moradores do distrito urbano da Estalagem, zona do K12, Rua 4 de Abril, conhecida também por “Rua das 40 Quebras Molas”, criticam o Governo de Luanda pela alegada falta de valas de drenagem para o escoamento das águas pluviais. Esta rua, que é a principal via do bairro, apresenta-se esburacada e, segundo os moradores ouvidos pela imprensa, quando chove, a água das chuvas invade as casas.
Já na Rua da Suave, em Viana, são várias as casas foram abandonadas há mais de cinco anos, devido a inundações provocadas pelas invasões das águas das chuvas. Aliás, segundo Teresa André, moradora da zona desde 1989, há mais ou menos cinco anos, um piloto da TAAG viu-se forçado a abandonar o “casarão” que aí havia construído devido aos graves problemas decorrentes das chuvas.
“A chuva nesta zona já provocou mortes por electrocussão e arrasto. Quando chove, o volume das águas chega até a um metro e meio e a rua fica intransitável por longo período de tempo”, lamenta Teresa André, que, periodicamente, se tem visto obrigada a abandonar temporariamente a sua própria casa, com a família toda, para se hospedar na residência de familiares.
Mas, o drama não se fica pela Estalagem. Ainda em Viana, no bairro 1.º de Maio, a população está preocupada com a falta de vedação da bacia de retenção e com a não-conclusão do sistema de drenagem que escoará as águas até a uma bacia maior, do Porto Seco, passando pela zona do T-Chô. Na zona, são ainda visíveis os estragos das chuvas passadas, com casas desabitadas e familiares que relembram com lagrimas a morte de ente queridos.
Fonte: NJ